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Pesquisa aponta que 57% das famílias endividadas de Blumenau não conseguirão quitar os débitos

A crise enfrentada pelo Brasil começa a mostrar sinais negativos nas finanças dos blumenauenses. Uma pesquisa realizada em junho pela Fecomércio-SC mostra que o número de famílias da cidade que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso cresceu de 7%, em junho de 2014, para 57% no mesmo mês deste ano.— A situação reduz a quantidade de recursos que as pessoas têm para gastar, o que inclui o pagamento de dívidas. Por isso esse aumento no número de famílias que não terão condições de pagar suas contas já em atraso — avalia Luciano Córdova, assessor econômico da Fecomércio-SC.

O economista acredita que a inadimplência deve continuar em níveis elevados pelo menos até a metade de 2016. No entanto, garante que os níveis não são suficientes para comprometer o capital de giro das empresas.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas), Emílio Schramm, prefere confiar no perfil de bom pagador do blumenauense e acredita que os dados representam uma tendência. Ele ressalta que é importante diferenciar o resultado da pesquisa do que de fato vira inadimplência.

— Se tem algo que incomoda o blumenauense é dívida. Esses números ainda não estão se refletindo na realidade, mas temos que acompanhar o mês a mês. Nossa preocupação maior com essa tendência é a venda, que pode ser freada.

O presidente da CDL de Blumenau, Helio Roncaglio, acredita que as pessoas estão se preservando, pois sabem que existe uma retração econômica:

— O consumidor está evitando comprar a prazo pois não quer ter dívidas pela frente – avalia.

Apesar da situação, pelo menos no varejo local a situação é um pouco diferente. Dados da CDL mostram que o número de inadimplentes no comércio caiu cerca de 5% entre 2014 e 2015. A entidade promove anualmente o Feirão Limpe Seu Nome, uma oportunidade para as pessoas renegociarem suas dívidas a juros mais baixos e colocarem o orçamento em dia. O próximo encontro deve ocorrer em dezembro.

Equipe do Procon atende famílias com problemas

O coordenador do Procon em Blumenau, Alexandre Caminha, garante que o esclarecimento é a única saída para evitar as dívidas. Para isso, defende o aumento da parcela mínima para pagamento dos cartões de crédito _ o principal causador das dívidas _ e a descrição dos juros para o próximo mês, caso o pagamento mínimo não seja efetuado.

O órgão tem uma equipe para atender as famílias que estão com problemas. O Procon auxilia na negociação entre clientes e instituições financeiras.

— O momento econômico que estamos vivenciando vai trazer mais superendividados. Aumento de dólar, inflação e instabilidade financeira devem gerar prejuízo ao consumidor — projeta.

> Confira a situação das famílias

> Ajuste seu orçamento

– Faça um levantamento de receitas e despesas. É importante visualizar para onde está indo o dinheiro.

– Descubra os itens supérfluos que podem deixar seu cotidiano por algum tempo. Em relação à alimentação, gastos para uma família de quatro pessoas devem representar 30% do orçamento.

– Evite pagar a fatura mínima do cartão de crédito. Algumas instituições financeiras chegam a operar com 300% de juros ao ano.

– Economize. É importante manter uma reserva durante o ano para as chamadas despesas eventuais, como pagamento de IPVA, ou repentinas, como problemas de saúde.

– Caso você se enrole com o cartão de crédito, pode ser conveniente procurar outros financiamentos mais baratos para quitar a dívida. Alguns cartões de crédito cobram 15% ao mês em juros. É melhor pegar um empréstimo com juros de 4% ao mês e quitar o cartão.

– Projete sua vida para os próximos anos e trabalhe para alcançar seus objetivos. Renuncie a pequenas coisas tendo em vista seu objetivo maior.

Fonte: Sidney Silva, professor de Economia Brasileira Contemporânea da Furb.

JORNAL DE SANTA CATARINA

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